A artista portuguesa Vanessa Barragão

Corais, fungos e algas ganham forma na tapeçaria, através da feltragem de lã, crochê e cestaria, todas na mesma peça, onde a matéria-prima é o desperdício das fábricas de tapetes.

A complexidade de seu trabalho se dá pela variedade de técnicas utilizadas. Por trás da linguagem contemporânea de sua arte, Vanessa esconde técnicas muito ancestrais como a feltragem, o tricô, o macramê, o crochê e a tecelagem, além de demonstrar uma preocupação com o caráter sustentável de sua obra.
Nascida em Portugal, Vanessa cresceu na cidade litorânea de Albufeira, ao sul do país. Os corais, algas e demais elementos marítimos sempre fizeram parte da vida da autora.

Em seu site a artista revela a preocupação com o caráter sustentável de seu trabalho. Ela explica que a indústria têxtil, responsável pela produção da sua principal matéria-prima, é uma das mais poluentes do planeta.
O processamento e tingimento das fibras, assim como o maquinário que prepara esse material, são grandes elementos de poluição, e o oceano absorve grande parte dessa poluição.
A imaginação surge à medida do desafio das lãs, de diversas cores e tamanhos, e de divulgar uma causa que tanto a emociona. Atualmente está trabalhando em telas para o centro de pesquisa de corais, na Florida, EUA. Todas em branco, simbolizando os corais mortos.




Coral Garden Tapestry
Uma de suas peças, intitulada de "Tapete da Terra", foi exposta durante a Semana de Design de Milão e possui aproximadamente 4.5m de diâmetro.

Seus tapetes são altamente sensoriais, e têm o propósito de fazer com que as pessoas se sintam em harmonia com seu próprio universo, focando em si próprias quando entram em contato com a superfície confeccionada inteiramente à mão.

Até a próxima semana!
Alessandra Galicio